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Congresso impõe derrota histórica e Lula reage
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Congresso impõe derrota histórica e Lula reage

A derrubada do decreto que aumentava o IOF acendeu um alerta vermelho no Planalto. Pela primeira vez em mais de três décadas, um decreto presidencial foi rejeitado pelo Congresso Nacional — uma derrota política com peso simbólico e estratégico para o governo Lula, que agora tenta estancar a sangria.

Após o revés, o presidente da República avalia acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) para judicializar a decisão legislativa. Enquanto isso, articula ligações aos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), numa tentativa de reconstruir pontes que claramente ruíram nos bastidores.

A proposta de aumento da alíquota do IOF, que já enfrentava resistência, foi derrubada por ampla maioria: 383 deputados votaram contra a medida — um recado direto sobre a fragilidade do governo na articulação com sua base aliada. No Senado, a situação não foi diferente.

Fontes próximas a Lula admitem que o presidente, até então reticente em dialogar diretamente com o Legislativo, precisará entrar em campo pessoalmente se quiser evitar novas derrotas e, principalmente, estancar o desgaste da imagem de um governo que se distancia do Congresso e se isola politicamente.

A equipe econômica, pressionada por um rombo fiscal cada vez mais evidente, via no aumento do IOF uma saída para aumentar a arrecadação sem recorrer a medidas mais impopulares. Com a derrubada do decreto, o governo se vê agora diante de um dilema: cortar gastos (algo que o Planalto evita) ou criar outras fontes de receita — em meio a um Congresso que já demonstrou estar disposto a impor limites.

Nos bastidores, cresce o desconforto entre ministros, parlamentares e até aliados históricos. O episódio escancarou o esgotamento de uma estratégia que se apoia mais na retórica do que na construção de consensos. A conta política, como sempre, será paga com capital de credibilidade — e esse, o governo Lula começa a perder com rapidez.