A proposta da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar o “Roubo dos Aposentados”, um dos maiores escândalos envolvendo fraudes no INSS, segue sem apoio da bancada do Partido dos Trabalhadores (PT). Embora o Congresso Nacional já tenha recebido 259 assinaturas de apoio, nenhum parlamentar petista subscreveu o requerimento — mesmo diante da gravidade do caso.
O “Roubo dos Aposentados”, como ficou conhecido, envolve fraudes em aposentadorias e pensões no valor estimado de R$ 6,3 bilhões, cometidas por meio de descontos indevidos em benefícios. As irregularidades foram identificadas pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU), que apontaram a atuação de associações e sindicatos no esquema. A bancada ruralista, com 303 deputados e 50 senadores, já se mostrou resistente a esse tipo de investigação.
“Estamos tratando de um caso gravíssimo, que atinge diretamente os aposentados, e a base do governo fecha os olhos. É preciso transparência!”, disparou Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder da oposição.
A decisão de não apoiar a CPMI tem gerado um clima de desconforto entre senadores petistas. Muitos não entenderam a falta de uma posição clara do PT, já que a omissão pode ser vista como um apoio implícito ao governo e à manutenção de práticas prejudiciais aos aposentados.
O requerimento para a instalação da CPMI foi apresentado em 8 de maio de 2025, e a senadora Damares Alves (Republicanos-DF), junto com a deputada Coronel Fernanda (PL-MT), tem se destacado na articulação da comissão. A expectativa é que a investigação possa trazer à tona as falhas na gestão do INSS e responsabilizar os envolvidos nas fraudes.
O governo federal, por sua vez, se mantém à margem da discussão. Durante as negociações, lideranças do PT sugeriram que, apesar da gravidade do caso, o tema não era prioridade, evitando assim o aprofundamento da crise política. A falta de responsabilidade do governo e a omissão da maior bancada do Congresso em não apoiar a CPMI, apesar da grande pressão popular, evidenciam a desconexão com os reais problemas do povo.