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Cresce o abismo social: número de moradores de rua dispara no governo Lula
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Cresce o abismo social: número de moradores de rua dispara no governo Lula

Em dezembro de 2023, o governo federal anunciou com pompa o plano “Ruas Visíveis”, prometendo R$ 1 bilhão em investimentos para enfrentar a miséria urbana por meio de assistência social, segurança alimentar, habitação, saúde e trabalho. A meta era ambiciosa: mapear e reduzir a população em situação de rua no país, estimada à época em cerca de 160 mil pessoas.

Menos de dois anos depois, a realidade é outra — e bem mais dura. Segundo dados do Observatório Brasileiro de Políticas com a População em Situação de Rua, ligado à UFMG, o número de brasileiros vivendo nas ruas saltou para aproximadamente 345 mil em 2025, um aumento superior a 100%. Ou seja, em vez de diminuir, a miséria urbana dobrou diante de nossos olhos.

O levantamento revela ainda que a crise é desigual no território nacional: mais de 60% dos moradores de rua estão concentrados no Sudeste, especialmente em São Paulo, que sozinho abriga 146.940 pessoas nessa condição. Em seguida aparecem Rio de Janeiro (31.693), Minas Gerais (31.410), Bahia (15.045) e Paraná (13.854). No Norte do país, a proporção não chega a 5% do total.

Os dados também trazem um retrato humano desse drama: cerca de 85% são homens, 70% se declaram negros, quase 10 mil são crianças com menos de 17 anos e aproximadamente 32 mil são idosos com mais de 60 anos. Uma mistura cruel de juventude sem horizonte e velhice abandonada.

O contraste entre promessa e realidade é evidente. O governo lançou um plano bilionário, mas a falta de resultados concretos mostra que a estrutura de combate à pobreza não tem dado conta da dimensão do problema. O Brasil de 2025 é um país em que a fome e o desabrigo se multiplicam, enquanto a população assiste incrédula à distância entre o discurso oficial e a vida real nas ruas.

Mais do que números frios, os 345 mil moradores de rua representam vidas interrompidas, famílias desfeitas e sonhos que não resistiram à dureza da crise. O aumento expõe a incapacidade de um Estado que se diz popular, mas falha em proteger justamente quem mais precisa.

Se o país não encarar a questão com urgência, o risco é de naturalizar a miséria — transformando calçadas e viadutos em moradia permanente e aceitando como normal a exclusão de milhares de brasileiros.