A corrida pela Assembleia Legislativa da Bahia em 2026 promete ser marcada por um embate direto entre deputados estaduais e ex-prefeitos que, até pouco tempo, foram decisivos na eleição desses mesmos parlamentares. Agora, livres da gestão municipal, muitos resolveram trocar o papel de apoiadores pelo de protagonistas.
O movimento ganhou corpo com nomes como Luciano Pinheiro, ex-prefeito de Euclides da Cunha, que não apenas se lança como pré-candidato, mas também atua como articulador político, puxando o PDT de volta à base do governador Jerônimo Rodrigues. Sua atuação simboliza a entrada firme dos ex-gestores no jogo, buscando não apenas compor, mas ocupar espaço real nas cadeiras da AL-BA.
O fenômeno é descrito nos bastidores como uma “vingança silenciosa”. Se em 2022 os prefeitos ajudaram a eleger deputados, em 2026 parte deles pretende disputar contra os mesmos aliados que alavancaram. Exemplos são Elnaldo Araújo (Camaçari), apoiado por ACM Neto; Pitágoras Ibiapina (Candeias); e Quinho (Belo Campo), visto como aposta futura em Vitória da Conquista.
Pelo interior, a lista cresce: Araújo (Castro Alves), Thiago Gileno (Ponto Novo), Carlinhos Sobral (MDB), Coronel João Sá, Juvenilson Passos (Santo Sé), Léo de Neco (Gandu) e Silva Neto (Araci). Também entram no circuito os cônjuges de prefeitos em atividade, como Andréa Castro (Itabuna) e Wagner Alves (Vitória da Conquista), além de novatos com apoio direto de gestores, como Ditinho Lemos (SAJ) e Diogo Medrado (Valença).
O efeito é claro: 2026 será um verdadeiro teste de força. Deputados estaduais enfrentarão justamente aqueles que foram decisivos para seus mandatos. A disputa mostra que, na política baiana, o rosto pode mudar, mas o poder segue no mesmo circuito — agora em rota de colisão entre oligarquias municipais e parlamentares que antes caminharam lado a lado.





