A segurança pública em Santaluz, município do semiárido baiano com mais de 40 mil habitantes, acaba de receber um duro golpe. A delegacia territorial teve os atendimentos suspensos nesta terça-feira (15) porque ficou literalmente no escuro — e sem água. O motivo? Falta de pagamento das contas básicas.
Ao todo, segundo o site Notícias de Santaluz, são sete contas de energia e sete de água em atraso. A Coelba confirmou o corte de fornecimento por inadimplência e, até o momento, o Governo do Estado e a Prefeitura seguem empurrando a responsabilidade sem solução prática. A Embasa já havia interrompido o abastecimento no mês anterior e voltou a programar novo corte.
Além do colapso dos serviços essenciais, o prédio da delegacia é alugado pela Prefeitura via convênio com o Governo Estadual. O contrato também está em atraso e o proprietário ameaça recorrer à Justiça para reaver o imóvel. Enquanto isso, uma nova sede da Polícia Civil, construída e já equipada, permanece trancada, sem previsão de inauguração. O prédio está pronto, mas parado. A estrutura existe — o que falta é gestão.
A cena escancara o descompromisso com a segurança da população. Sem água, sem energia, sem sede própria e sem perspectiva, os policiais civis de Santaluz se veem de mãos atadas, enquanto a população fica desassistida. Quem sofre com isso é o cidadão comum, exposto à criminalidade em uma das regiões mais vulneráveis da Bahia.
A situação vai além da burocracia ou da disputa entre entes federativos. É uma falha grave de responsabilidade pública. De um lado, o município não honra compromissos básicos; de outro, o Estado mantém obras finalizadas sem uso, preferindo a propaganda à entrega real de serviços.
O resultado é um vazio de autoridade, que ameaça os direitos mais básicos do povo de Santaluz. Fica a pergunta que ecoa nas ruas: até quando o cidadão vai pagar o preço do abandono?