Parece que, finalmente, o BRT de Salvador começou a ganhar passageiros. De acordo com dados divulgados recentemente, o sistema de Bus Rapid Transit ultrapassou a marca de 1,8 milhão de usuários em 12 meses, com um crescimento de 42% no volume de passageiros. Um número expressivo, embora ainda longe da promessa inicial de “revolucionar o transporte público” da capital baiana.
O dado é celebrado como avanço por quem defende o projeto, que teve execução lenta, investimento milionário e, por muito tempo, virou piada nas rodas de conversa de quem esperava um transporte “rápido” que demorou a sair do papel. Agora, com o corredor parcialmente em operação, a população começa a aderir, mesmo que ainda com ressalvas.
Na teoria, o BRT é parte de um plano moderno de mobilidade urbana. Na prática, a integração com os demais modais ainda engatinha, e o impacto na redução de congestionamentos é tímido. Os terminais seguem em obras em alguns pontos, e a frota elétrica, promessa de eficiência ecológica, ainda não é realidade para todos os usuários.
Ainda assim, para uma cidade que já viu de tudo no transporte, de ônibus sucateados a paradas eternas embaixo de chuva, qualquer sinal de avanço é motivo de comemoração. O que resta agora é garantir que o ritmo de crescimento não estacione no ponto.
Porque número por número, Salvador também é campeã em atraso de obra prometida.
