A Bahia voltou ao centro das investigações federais. Desta vez, o nome que surge no radar da Polícia Federal é o do deputado federal Félix Mendonça Júnior (PDT-BA), agora oficialmente investigado pela Operação Overclean, deflagrada nesta sexta-feira (27) em ação conjunta da PF com a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Receita Federal.
Embora não tenha sido alvo de mandados de busca, o parlamentar é apontado como peça-chave em um dos principais núcleos de um esquema que envolve fraudes em licitações, superfaturamento e desvio de recursos públicos, especialmente verbas de emendas parlamentares destinadas a municípios do interior baiano.
O impacto político da operação já foi imediato: três prefeitos da Bahia foram afastados de seus cargos por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), todos com ligação direta com o deputado Félix, segundo informações apuradas pela colunista Mirelle Pinheiro, do portal Metrópoles.
A ofensiva da PF aconteceu simultaneamente em Salvador, Camaçari, Boquira, Ibipitanga e Paratinga, com o cumprimento de 16 mandados de busca e apreensão e ordens de afastamento cautelar dos gestores municipais. O foco: rastrear o caminho do dinheiro público e desmontar uma suposta rede de favorecimento político financiada com recursos desviados.
Embora os autos ainda estejam sob sigilo, o teor da operação aponta para algo maior do que ações isoladas de prefeitos do interior: há indícios de um esquema articulado e sustentado por influência parlamentar, que pode escancarar uma prática antiga — e ainda viva — no submundo das emendas: usar a pobreza dos municípios como moeda política.
Com a investigação em andamento e o nome de Félix Mendonça Júnior agora sob os holofotes da Justiça, o caso tende a ganhar novos desdobramentos nos próximos dias. A pergunta que paira no ar: quem mais sabia — e quem mais se beneficiou?
