O deputado estadual Leandro de Jesus (PL) decidiu ir além da polêmica: apresentou um projeto na Assembleia Legislativa da Bahia para conceder a Comenda Dois de Julho — a mais alta honraria da Casa — ao governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL).
A justificativa: reconhecer a “coragem” do governador carioca na megaoperação contra o Comando Vermelho, que deixou 121 mortos na última semana.
Segundo o parlamentar baiano, Castro demonstrou “firmeza e compromisso com a segurança pública” ao enfrentar o crime organizado. Para Leandro, a honraria seria um “ato de justiça” por uma ação que ele considera exemplar para todo o país.
Mas o gesto vem cercado de controvérsias. Enquanto uns chamam de “reconhecimento”, outros enxergam um movimento político calculado, embalado pelo discurso da “tolerância zero” que cresce entre eleitores conservadores.
A Comenda Dois de Julho é tradicionalmente reservada a personalidades que prestam relevantes serviços à Bahia. Concedê-la a um governador de outro estado por uma operação policial levanta o debate: o que exatamente se está premiando — o combate ao crime ou o número de mortos?
Em meio a esse cenário, o projeto de Leandro de Jesus reacende uma discussão que vai muito além das honrarias:
👉 O Brasil está preparado para discutir segurança pública com seriedade ou vai continuar aplaudindo o sangue derramado como se fosse vitória?





