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Escândalo com ex-prefeito nomeado por Jerônimo expõe crise na Casa Civil
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Escândalo com ex-prefeito nomeado por Jerônimo expõe crise na Casa Civil

A 4ª fase da Operação Overclean começa a desenhar o que parece ser um dos maiores escândalos políticos recentes na Bahia. No centro das investigações está Marcel José de Carvalho, ex-prefeito de Paratinga (PT), hoje ocupando um cargo dentro da Casa Civil do governo Jerônimo Rodrigues. A posição estratégica, no coração da gestão estadual, contrasta com o cenário revelado pela Polícia Federal.

Segundo o relatório da PF, durante o período investigado (2020 a 2024), o município de Paratinga recebeu quase R$ 5 milhões em emendas parlamentares via Pix, método de transferência rápida adotado pelo governo para agilizar repasses — mas que, nesse caso, teria servido para camuflar o desvio de recursos públicos.

O que mais chama atenção não são apenas os números, mas o que foi encontrado. Durante a operação, a PF apreendeu R$ 3,2 milhões em espécie na casa de Marcel, um valor que por si só escancara o nível de desconexão com a realidade do povo baiano. Em um estado onde falta médico em posto de saúde e merenda nas escolas, o dinheiro do povo estava entocado, literalmente, dentro de casa.

A suspeita é de que parte dessas emendas tenha sido desviada com o envolvimento direto de assessores parlamentares, responsáveis por operacionalizar os repasses e garantir que o dinheiro seguisse o rumo desejado. A engrenagem inclui prefeitos, operadores e políticos de mandato, num ciclo de favorecimento que transforma verba pública em capital eleitoral.

A cereja do bolo: Marcel foi nomeado no dia 24 de maio de 2025 como Assistente I da Casa Civil, justamente na estrutura comandada por Afonso Florence (PT), homem de confiança do governador Jerônimo Rodrigues. Um cargo de confiança oferecido menos de um mês antes da operação que o colocaria no centro do escândalo.

A Operação Overclean pode até ter começado nos interiores da Bahia. Mas agora, ela bate na porta do Palácio de Ondina.