A interdição da ponte sobre o Rio Jequitinhonha, na BR-101, voltou a acender o sinal de alerta sobre o abandono da infraestrutura viária no extremo sul da Bahia. Após avaliação técnica indicar risco de colapso, o Governo Federal confirmou que a estrutura será demolida, deixando um rastro de incertezas e prejuízos em uma das regiões economicamente mais estratégicas do estado.
O ex-governador Paulo Souto se pronunciou nas redes sociais com tom de indignação. Para ele, o episódio é resultado direto do “descaso do Governo Federal” aliado à “inércia do Governo do Estado”. A ausência de um plano emergencial e as péssimas condições das rotas alternativas têm penalizado moradores e empresas que dependem da rodovia para o transporte de pessoas, insumos e mercadorias.
“A interdição prejudica fortemente o bem-estar e a economia de uma das áreas mais importantes do estado, onde estão cidades como Porto Seguro, Eunápolis, Itamaraju, Teixeira de Freitas e muitas outras”, escreveu Souto.
O impacto vai além da mobilidade. A paralisação atinge setores produtivos robustos, como as plantações de cacau, café, mamão, pimenta-do-reino e cana-de-açúcar. Afeta também a produção de madeira e celulose, a pecuária, as indústrias de laticínios e o turismo regional — especialmente em Porto Seguro, que depende da BR-101 para o fluxo de visitantes.
Apesar da gravidade do cenário, nem o Governo Federal nem o Governo da Bahia apresentaram, até o momento, uma resposta eficaz para amenizar os efeitos da interdição. Enquanto isso, milhares de baianos seguem reféns da lentidão do Estado.