O Ministério Público da Bahia (MP-BA) escancarou aquilo que há muito tempo já circulava nos bastidores: o ex-prefeito de Coronel João Sá, Carlinhos Sobral, estaria no centro de um dos maiores esquemas de desvio de recursos públicos da história recente do município.
De acordo com a investigação, pelo menos R$ 4,7 milhões teriam sido movimentados por meio de contratos fantasmas, firmados com empresas de fachada criadas exclusivamente para sugar dinheiro dos cofres municipais. A denúncia envolve fraudes em licitações, emissão de notas fiscais frias e serviços que nunca foram executados.
Entre os casos apontados, estão contratos de caminhão-pipa com endereços inexistentes e veículos registrados em nome de laranjas; um contrato de manutenção de veículos que ultrapassou R$ 1,6 milhão, mas cuja empresa funcionava em um simples salão de cabeleireiro; e quase R$ 2,6 milhões destinados a peças automotivas em nome de uma empresa que operava dentro de uma residência.
O MP-BA já solicitou o bloqueio de R$ 14,1 milhões em bens do ex-prefeito e de seus supostos comparsas, como forma de garantir o ressarcimento aos cofres públicos e o pagamento de eventuais multas.
Para além dos números, o caso expõe mais uma vez como brechas no sistema de fiscalização permitem a atuação de esquemas sofisticados, que se beneficiam da fragilidade administrativa e da falta de controle social.
Enquanto a Justiça analisa as provas e o ex-prefeito se defende das acusações, o episódio se soma a uma longa lista de escândalos que desafiam a confiança da população na política local e reforçam a necessidade de um combate mais duro contra a corrupção.





