Líderes grevistas do Sindseps celebram enquanto serviços essenciais seguem paralisados
Enquanto milhares de soteropolitanos enfrentam a suspensão da vacinação contra gripe e a interrupção do atendimento nos CRAS, dirigentes do Sindseps — sindicato que representa servidores municipais de Salvador — resolveram celebrar. No último sábado (7), em plena greve considerada ilegal pelo Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), lideranças sindicais participaram de uma festa junina numa casa de shows na Ribeira, zona histórica da capital.
A celebração, marcada por discurso político, música e descontração, ocorreu no 12º dia de paralisação, com serviços básicos da saúde e assistência social comprometidos.
🤝 Palanque político em clima de forró
Entre os convidados, a presença da deputada federal Lídice da Mata (PSB) chamou atenção. Ao lado das lideranças do movimento grevista, discursou, prestou apoio e até admitiu ter ajudado na contratação de uma das atrações musicais da festa. “A luta se faz também com alegria”, afirmou a parlamentar, enquanto microcefalia, desnutrição infantil e casos de influenza crescem nos bairros mais carentes de Salvador — onde os CRAS seguem de portas fechadas.
Lídice aproveitou o palco para alfinetar a atual gestão de Bruno Reis (União Brasil) e exaltou o presidente do Sindseps, Bruno Carianha, preso recentemente em flagrante por invadir uma sessão da Câmara Municipal. O episódio, transmitido ao vivo, foi tratado por ela como “mentiras” e “perseguição política”.
⚠️ População sem serviços, sindicato em festa
A celebração contrasta com o impacto da greve, que já comprometeu:
Aplicação de vacinas contra gripe em postos municipais;
Acolhimento de famílias em situação de vulnerabilidade nos CRAS;
Rotinas essenciais nos serviços públicos da cidade.
Embora o direito à greve seja garantido, o que se questiona é o tom de celebração e desconexão com a gravidade da paralisação — ainda mais quando a Justiça declarou o movimento ilegal, e os mais pobres são os primeiros a sentir os efeitos.
