O roteiro do crime parecia de filme, mas foi real.
O juazeirense Manoel Tenório Rapadura, já conhecido por aplicar golpes na Bahia e em Pernambuco, foi preso em flagrante na última segunda-feira (13), em Belém (PA), após voltar a agir com o mesmo modus operandi: usar cargos falsos e promessas de contratos públicos para enganar vítimas influentes.
De acordo com informações repassadas à imprensa local, Manoel se apresentava como “representante do Governo da Bahia” e membro do GSI da Presidência da República, alegando atuar na organização de eventos oficiais dos governos baiano e federal, inclusive na preparação da COP 30, que será realizada em Belém. A farsa foi convincente o bastante para enganar Márcio Ivan Lopes Ponte de Souza, diretor do Governo do Pará e da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (FAPESPA).
💰 O golpe da “locação milionária”
Com uma boa conversa e aparência de credibilidade, Manoel teria convencido a vítima a assinar um falso contrato de locação de imóveis e veículos no valor de R$ 275.550,00. Pouco depois, alegou que precisava de um adiantamento de R$ 80 mil para garantir o local do suposto evento — prometendo devolver o valor assim que o “governo da Bahia liberasse” R$ 800 mil bloqueados.
A lábia não parou por aí. Segundo relatos no boletim de ocorrência, o acusado ainda pediu um empréstimo pessoal de R$ 40 mil, alegando dificuldades momentâneas. O diretor, acreditando na história, realizou várias transferências bancárias para contas indicadas por Manoel.
Para reforçar a encenação, o estelionatário chegou a dizer que doaria dois relógios Rolex avaliados em R$ 25 mil cada, como prova de boa-fé. Claro, tudo parte da encenação.
🚔 A farsa desmorona
A fraude foi descoberta quando a vítima percebeu inconsistências nas informações apresentadas por Manoel e acionou a polícia. As investigações confirmaram que nenhum valor estava bloqueado pelo Governo da Bahia ou em qualquer banco público.
Preso em flagrante, Manoel agora responde por estelionato e falsidade ideológica, enquanto a polícia investiga outros golpes praticados com o mesmo padrão de engano em diferentes estados do país.
⚖️ Um roteiro repetido
O caso expõe mais uma vez como criminosos especializados em estelionato conseguem circular entre estados, fingindo conexões políticas e explorando a boa-fé de pessoas e instituições.
Entre o discurso eloquente e os falsos crachás de autoridade, Manoel Tenório Rapadura deixou um rastro de prejuízos — e um alerta sobre como a impunidade alimenta a criatividade dos golpistas de colarinho branco.





