O Brasil levou o golpe e agora corre atrás do prejuízo. Após o anúncio do novo “tarifaço” imposto pelos Estados Unidos, o governo federal prometeu apresentar até quarta-feira (14) um plano de contingência para minimizar os danos à indústria nacional.
Quem fez o anúncio foi o ministro da Casa Civil, Rui Costa, que tenta mostrar firmeza em meio à pressão crescente. Segundo ele, o plano contará com medidas financeiras e diplomáticas: linhas de crédito para empresas atingidas, ações de apoio à exportação e articulação com China e Índia para redirecionar mercados. Mas os detalhes ainda estão na promessa.
💬 “Quem deveria taxar os EUA era o Brasil”, diz Rui
Em entrevista, Rui adotou um tom crítico e declarou que o Brasil deveria ter se antecipado. Ele lembrou que os americanos acumulam superávit de mais de US$ 400 bilhões na balança comercial bilateral — e mesmo assim impõem barreiras aos produtos brasileiros. Agora, o que se tenta é correr atrás do prejuízo.
Um decreto já aprovado pelo Congresso autoriza o governo brasileiro a retaliar os EUA, caso os ataques tarifários avancem. A medida, no entanto, ainda depende de vontade política para ser executada — algo historicamente escasso quando se trata de enfrentar Washington.
🧮 O Brasil acorda tarde (mais uma vez)
As propostas incluem tratamento tributário diferenciado, reconhecimento de créditos de exportação e aquisições públicas estratégicas para manter empregos. O problema é que o governo parece estar improvisando, como se não tivesse visto o tarifaço se formando há meses.
A promessa de “diversificar mercados” soa mais como discurso de apagamento de incêndio do que como estratégia de longo prazo. É o velho padrão: só reagem depois da pancada, nunca antes.
Enquanto isso, produtores rurais, exportadores e indústrias brasileiras seguem no escuro, sem saber até onde vai a conta dessa nova crise.