O deputado federal Otto Alencar Filho (PSD) quebrou o silêncio sobre sua possível indicação ao Tribunal de Contas do Estado da Bahia (TCE-BA), prevista para a vaga que será aberta com a aposentadoria do conselheiro Antônio Honorato. Disse que nunca foi convidado e que tudo “não passa de especulação”.
Mas nos bastidores, o silêncio já fala alto. Segundo aliados próximos, o nome do filho do senador Otto Alencar já estaria consolidado. A movimentação tem o apoio do governador Jerônimo Rodrigues (PT) e pode redesenhar forças dentro da política estadual.
👥 O jogo por trás da cortina
A possível ida de Otto Filho ao TCE abriria espaço na Câmara dos Deputados para o aliado Charles Fernandes, enquanto Dra. Elane, suplente de Sérgio Brito (atualmente secretário de Infraestrutura), também assumiria mandato. Ou seja, a jogada reorganiza peças dentro da base aliada do governo com extrema conveniência.
🧩 Cargo vitalício, salário elevado e… influência garantida
O cargo no TCE não é apenas um prêmio: é uma cadeira vitalícia, com grande remuneração e poder sobre a fiscalização de contas públicas. Em um estado que enfrenta desafios estruturais em saúde, segurança e educação, a nomeação do filho de um senador por articulação direta do próprio pai reacende o debate sobre a moralidade e os limites da hereditariedade política.
📉 Enquanto isso, o povo continua à margem
O cidadão comum, sem apadrinhamento ou sobrenome de peso, vê mais uma oportunidade de fiscalização sendo tratada como moeda de troca política. Os discursos sobre meritocracia, transparência e república esbarram, mais uma vez, na prática do compadrio — uma tradição silenciosa que atravessa gerações no poder baiano.
📌 Reflexão final
A dúvida não é se Otto Filho vai ou não assumir o cargo. A dúvida é: até quando os espaços de controle e fiscalização continuarão sendo ocupados por arranjos familiares que blindam os donos do poder e deixam o povo de fora da equação?