Ponte sobre o Jequitinhonha interditada: povo parado, DNIT calado
O prefeito de Itapebi, Isan Botelho, subiu o tom ao comentar a interdição da ponte sobre o Rio Jequitinhonha, na BR-101, e apontou o que classificou como um verdadeiro descaso do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) com a população local. Segundo o gestor, a decisão de interditar o equipamento por “risco estrutural” veio sem planejamento, sem diálogo e sem qualquer ação efetiva no local.
O sentimento de revolta cresceu ainda mais nesta quarta-feira (7), quando o ex-prefeito Peba, atual secretário municipal, gravou um vídeo no local da interdição direcionado ao governador Jerônimo Rodrigues (PT). No vídeo, o secretário expõe que nenhuma equipe estava trabalhando na ponte, mesmo após o bloqueio total da via — o que levanta dúvidas sobre a urgência e a veracidade da medida.
“Dizem que é para inspeção, mas o que vemos é abandono. Cadê o pessoal técnico? Cadê a solução emergencial?”, indagou o ex-prefeito, num vídeo que circulou pelas redes sociais e reforçou o clamor da comunidade por respeito e transparência.
A interdição da ponte não é apenas um problema logístico: é uma crise humanitária anunciada. Moradores dos distritos de Ventania, Caiubi e regiões vizinhas ficaram sem acesso à sede do município, afetando o transporte de alunos, pacientes, ambulâncias e trabalhadores. A ponte é a principal ligação da região com serviços básicos de educação e saúde — e o isolamento agora impõe uma nova camada de sofrimento à população.
Botelho criticou duramente o que chamou de “planejamento falho e insensível” do DNIT, e alertou que a prefeitura vem tentando estabelecer diálogo com o órgão, sem qualquer resposta até o momento. Enquanto isso, a insegurança cresce, e a falta de providências alimenta o desespero de centenas de famílias que dependem da travessia diariamente.
“Não é só uma ponte. É o nosso direito de ir e vir que está sendo interditado junto com ela”, disse o prefeito, em tom indignado.
A população de Itapebi, já acostumada a sobreviver à margem das promessas, agora espera que os responsáveis saiam do gabinete e venham ver o impacto real de uma ponte interditada sem ação. Porque enquanto o governo federal faz inspeção no papel, a ponte segue vazia — e o povo, abandonado.