Isenção recorde? Congresso cogita elevar faixa do IR para R$ 8 mil

No Congresso Nacional, o jogo fiscal pode dar uma guinada surpreendente: enquanto o Governo Lula já anunciou a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais, parlamentares estão cogitando uma expansão ainda mais ousada – elevar a faixa de isenção para R$ 8 mil por mês. Essa proposta, que promete aliviar o bolso da classe média e estimular o consumo interno, traz, contudo, um preço alto.

Os números não mentem: a ampliação da isenção para R$ 5 mil já implica uma perda de arrecadação estimada em R$ 35 bilhões. Dobrar esse benefício para R$ 8 mil só tende a agravar esse rombo, exigindo medidas adicionais para equilibrar as contas públicas. Além disso, essa mudança pode comprometer a progressividade do sistema tributário, concentrando a carga fiscal em uma parcela menor da população – o que pode, em última análise, reconfigurar o debate sobre justiça fiscal no país.

Em meio a esse cenário, os corredores do Congresso fervilham com debates acalorados: enquanto uns enxergam a medida como um alívio necessário para os contribuintes, outros temem os efeitos colaterais de uma perda bilionária na arrecadação. Será que a tão sonhada redução de impostos para a classe média vale o risco de deixar o orçamento público em frangalhos? O palco está montado para um dos debates mais intensos dos próximos meses.