Em meio às movimentações que vêm redesenhando o tabuleiro político baiano, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) tratou de esfriar as especulações envolvendo o deputado estadual Cafu Barreto (PSD). Em entrevista à Rádio Itapoan FM, nesta segunda-feira (17), o governador afirmou categoricamente não ter recebido qualquer comunicação formal sobre a possível saída do parlamentar de sua base de apoio.
O tema ganhou força nos bastidores após rumores de que Cafu estaria se distanciando do governo e avaliando novos caminhos políticos. Jerônimo, porém, tratou o assunto como mera especulação, afirmando que só considera algo concreto quando houver um comunicado direto do próprio deputado ou do presidente estadual do PSD, Otto Alencar.
“Eu só posso acreditar quando Cafu conversar comigo, quando Otto me ligar ou quando surgir algo concreto”, disse o governador, reforçando que até o momento não recebeu qualquer sinalização de rompimento.
Relação histórica e ausência de “motivo objetivo” para ruptura
Jerônimo fez questão de destacar que possui boa relação e apreço pessoal por Cafu Barreto, que esteve ao seu lado desde a campanha eleitoral. O governador também relatou que tem recebido prefeitos aliados ao deputado e que, até agora, não identificou “motivos objetivos” que justifiquem uma possível saída da base.
O discurso sinaliza que, internamente, o governo ainda conta com o apoio de Cafu e não vê elementos concretos que sustentem um movimento de ruptura.
Lições do rompimento com o PP
Ao comentar sobre o cenário político mais amplo, Jerônimo citou o recente rompimento do Progressistas (PP) com seu governo. Segundo ele, reacomodações políticas exigem diálogo aberto e direto — “olho no olho” — para que todas as partes estejam cientes dos impactos e responsabilidades.
A menção ao episódio do PP funciona como um recado indireto de que qualquer decisão de saída deveria ocorrer sem ruídos e sem surpresas, por meio de conversa franca entre as lideranças envolvidas.
Foco declarado: seguir governando
Apesar do clima de especulação, Jerônimo afirmou que sua prioridade segue sendo “trabalho e coragem” para conduzir ações no estado. A fala busca deslocar o foco da disputa política e reforçar a imagem de estabilidade, mesmo diante de rearranjos partidários que têm marcado o cenário baiano nos últimos meses.
Por enquanto, o futuro político de Cafu Barreto segue no campo das possibilidades — e o governo, na versão oficial, segue aguardando, observando e negando qualquer ruptura anunciada antes da hora.
