O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), acionou uma manobra regimental para proteger o projeto que amplia a isenção do Imposto de Renda (IR). O movimento, articulado com o governo federal e o Centrão, garantiu que a proposta seguisse praticamente intocável, sem espaço para novas emendas ou destaques.
De acordo com o regimento interno da Casa, o relator do texto classificou a maioria das alterações apresentadas como “inadequadas do ponto de vista financeiro ou constitucional”, travando tentativas de modificação. A estratégia foi vista por analistas como uma blindagem política em favor do Palácio do Planalto — e uma forma de manter o discurso de que o governo estaria “aliviando o bolso do brasileiro”.
O projeto, que prevê isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil, também inclui ajustes em lucros, dividendos e investimentos isentos. Além disso, traz medidas compensatórias para municípios e pequenos negócios, mas sem alterar o coração da proposta que o Planalto quer ver aprovada.
Nos bastidores, a movimentação de Lira é lida como mais um gesto de alinhamento com o governo e com os partidos que formam o chamado bloco do Centrão, reforçando o pacto de governabilidade — e deixando claro que, quando o jogo é político, até o regimento da Câmara vira ferramenta de blindagem.
