O desgaste do governo Lula já não se restringe à oposição. Nos bastidores do Palácio do Planalto, cresce o desconforto entre ministros e assessores diante da resistência do presidente em seguir orientações estratégicas — inclusive da própria equipe de comunicação.
Segundo fontes próximas ao governo, Lula tem rechaçado sugestões consideradas básicas para manter conexão com a população. Recusa a gravação de vídeos para redes sociais, evita diretrizes modernas de marketing político e rejeita até mesmo ajustes no discurso público. O motivo, segundo interlocutores, seria uma aversão à ideia de parecer um “tiktoker”, expressão usada por ele próprio em reuniões internas.
A atitude tem preocupado até ministros do PT, que veem um presidente cada vez mais isolado em sua bolha ideológica e alheio às demandas do tempo presente. Em um cenário de crise econômica, queda de popularidade e escândalos como o do INSS, a postura introspectiva e inflexível agrava a desconexão do Planalto com a sociedade.
O resultado é um governo que parece caminhar sem direção clara, com falhas graves na comunicação institucional e dificuldade para transmitir segurança ou firmeza. Enquanto o país pede soluções e proximidade, o chefe da nação resiste ao diálogo até com seus aliados mais próximos.
A ausência de estratégia pode custar caro. Em um ambiente político onde percepção é tudo, ignorar ferramentas de comunicação e recusar escuta ativa é um passo perigoso rumo à perda de capital político e de governabilidade.