A crise na saúde pública da Bahia deixou de ser um alerta e se tornou um escândalo. Médicos da UPA do Cabula, em Salvador, denunciaram que estão há três meses sem receber salário, vivendo uma situação que qualquer trabalhador consideraria insustentável. No interior, o cenário não é diferente: em Juazeiro, 167 profissionais do Hospital Regional iniciaram paralisação pelos mesmos motivos.
Enquanto a propaganda oficial fala em “gestão humanizada”, o cotidiano dos profissionais é marcado por atraso de pagamento, insegurança e humilhação. A Secretaria de Saúde do Estado (Sesab) afirma que fez sua parte e realizou os repasses. Já a organização social contratada para administrar as unidades diz que não recebeu. O resultado é o já conhecido jogo de empurra-empurra que se tornou regra na saúde baiana.
No meio desse impasse, quem sofre é sempre o mesmo: o povo. Pacientes lotam unidades com equipe reduzida, sem previsibilidade e sem garantia de atendimento pleno. E os médicos, que salvam vidas todos os dias, trabalham sob pressão, desrespeitados e sem remuneração.
O discurso não fecha com a prática. Enquanto o governo reforça slogans e campanhas publicitárias, profissionais essenciais vivem à base de atrasos, paralisações e pedidos de socorro. A situação revela não apenas falhas de gestão, mas um colapso moral.
O baiano merece respeito. Os médicos merecem salário. A Bahia merece coragem





