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O retrato do abandono: Brasil tem 350 mil pessoas nas ruas
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O retrato do abandono: Brasil tem 350 mil pessoas nas ruas

Enquanto o governo federal celebra indicadores econômicos positivos, como o recuo da inflação, a queda do desemprego e o retorno do país ao mapa da ONU fora da fome, um dado silenciado expõe uma realidade que não cabe nas estatísticas de otimismo: o número de brasileiros vivendo nas ruas disparou.

De acordo com o Cadastro Único (CadÚnico), cerca de 350 mil pessoas estão em situação de rua no Brasil — um crescimento de 142% desde 2019, quando eram pouco mais de 144 mil. O avanço, revelado pelo Jornal O Globo com base em levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mostra que o país enfrenta uma crise social que se aprofunda à sombra da estabilidade econômica.

⚠️ Mais emprego, menos teto

A contradição é evidente: o Brasil registra a menor taxa de desemprego dos últimos anos e indicadores de renda e consumo em alta. Mesmo assim, nunca houve tanta gente dormindo nas calçadas.
Para o sociólogo Marco Natalino (Ipea), o fenômeno vai além da economia — reflete um colapso de políticas públicas de moradia, saúde mental e assistência social, que foram desmontadas ou deixadas de lado após a pandemia.

“Não é só a economia que explica o aumento de brasileiros nessa condição. Há um esgotamento do modelo de proteção social”, pontuou Natalino.

👥 Quem são os invisíveis

O perfil da população em situação de rua também escancara o recorte da desigualdade:

84% são homens,

70% têm entre 30 e 59 anos,

69% são pessoas negras.

A maioria tem histórico de trabalho informal, perda de vínculos familiares e ausência total de políticas de reinserção. O país parece ter se acostumado a desviar o olhar diante de uma multidão que cresce a cada esquina.

💬 Entre discursos e calçadas

O contraste é cruel: enquanto se anuncia crescimento, obras e programas de incentivo, centenas de milhares de brasileiros seguem invisíveis sob viadutos e praças. A distância entre o discurso da prosperidade e o chão das ruas mostra que o desenvolvimento sem inclusão é só vitrine.