A política baiana voltou a ferver nos bastidores. Deputados estaduais do Progressistas (PP), partido que sempre orbitou em torno do poder, agora ensaiam um desembarque estratégico rumo ao PSB, atraídos pelas articulações de João Campos, prefeito de Recife e presidente nacional da sigla socialista, com aval direto da deputada federal Lídice da Mata.
O movimento ocorre em um momento delicado para o governador Jerônimo Rodrigues (PT). Se confirmado, o PSB, que hoje conta com apenas dois deputados na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), poderia saltar para cinco cadeiras — um crescimento que mexe no equilíbrio de forças dentro da base governista.
A costura já teve seu primeiro capítulo: uma reunião em Brasília entre João Campos e Niltinho, líder do PP na AL-BA. O encontro, considerado “rápido”, serviu como um gesto de aproximação. A promessa é que a conversa tenha continuidade em Recife, com direito a reforço de outros nomes que estão na fila para mudar de sigla.
Entre os cotados para migrar: Antonio Henrique Jr., Eduardo Salles e Hassan. Somados a Niltinho, seriam quatro deputados com peso suficiente para garantir ao PSB pelo menos três cadeiras asseguradas na Assembleia — algo que ampliaria o espaço de manobra de João Campos e daria ao partido um novo patamar de relevância na Bahia.
Mas nem tudo é consenso: a permanência da deputada Fabíola Mansur dentro do PSB ainda é incerta por conta de divergências internas, mostrando que, no xadrez da política baiana, os arranjos nunca são lineares.
No fim das contas, a equação é clara: o PP perde musculatura, o PSB se reposiciona e o governador Jerônimo assiste de camarote a mais uma disputa dentro da própria base. Em ano pré-eleitoral, cada cadeira vale ouro. E a pergunta que fica é: quem vai conseguir segurar a tropa até 2026?
