Preço do ovo dispara e sobe 19,44% na prévia da inflação de março
O preço do ovo registrou um aumento significativo nos supermercados brasileiros, com alta de 19,44% na prévia da inflação de março em relação a fevereiro. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15).
No acumulado do ano, a alta já alcança 25,88%, refletindo um aumento expressivo na cesta básica das famílias brasileiras. O IPCA-15 considera a variação dos preços entre o dia 16 do mês anterior e o dia 15 do mês de referência.
Fatores que impulsionam o aumento
Especialistas atribuem essa escalada nos preços a três fatores principais: a alta no custo do milho, que é a base da alimentação das galinhas, o calor excessivo que afeta a produção e a maior demanda impulsionada pela Quaresma. Durante esse período de 40 dias que antecede a Páscoa, é comum que católicos reduzam o consumo de carne vermelha e optem por alternativas como ovos e peixes.
A diretora administrativa do Instituto Ovos Brasil (IOB), Tabatha Lacerda, explica que esse movimento é esperado, mas que, desta vez, o aumento de preços ocorreu antes do previsto. “O milho já acumula uma alta de 30% desde julho de 2024, o que impacta diretamente no custo de produção dos ovos”, afirmou.
Além disso, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) informou que os custos com embalagens tiveram uma elevação superior a 100% nos últimos oito meses. As temperaturas recordes também têm prejudicado a produtividade das aves, reduzindo a oferta do produto no mercado.
Possibilidade de estabilização dos preços
Apesar da disparada dos preços, produtores acreditam que a tendência é de normalização após a Quaresma. No entanto, economistas alertam que a forte demanda pode manter os valores elevados por mais tempo. Em algumas regiões, como no Espírito Santo, a retração nas vendas chegou a gerar pressão por descontos no atacado, mas a expectativa é de que a procura volte a crescer nas próximas semanas.
Diante desse cenário, consumidores devem se preparar para um período de oscilações nos preços, enquanto o setor produtivo busca soluções para mitigar os impactos dos altos custos de produção e da sazonalidade da demanda.