Preso preventivamente por suspeita de envolvimento em uma série de crimes, o deputado estadual Binho Galinha (PRD) continua exercendo, na prática, todos os benefícios de seu mandato — e dificilmente perderá o cargo até o fim do processo.
Segundo apurou o portal Se Ligue Bahia, parlamentares da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) admitiram, sob reserva, que votaram pela manutenção da prisão do deputado durante sessão realizada na última sexta-feira (10). Apesar disso, a perda do mandato está praticamente descartada por causa das regras regimentais e do calendário legislativo.
Pela norma interna, um deputado só pode ser cassado caso falte a um terço das sessões. Como o ano caminha para o recesso parlamentar, essa hipótese é inviável em 2025. A decisão sobre eventual cassação caberia à Mesa Diretora da ALBA, presidida por Ivana Bastos (PSD).
Nos bastidores, parlamentares reconhecem que a única chance real de perda de mandato seria uma condenação definitiva, sem direito a recurso. Mas, diante da lentidão da Justiça e das garantias de ampla defesa, não há perspectiva de desfecho rápido.
Enquanto isso, o deputado preso segue recebendo todas as regalias do cargo:
💰 R$ 33 mil de salário mensal
💼 R$ 46 mil de verba de gabinete
🏠 R$ 3,5 mil de auxílio-moradia
💸 R$ 30 mil de cota parlamentar
A situação escancara um dos grandes paradoxos da política baiana: um parlamentar sob investigação criminal pode continuar recebendo quase R$ 113 mil por mês, mesmo atrás das grades.
Mais uma vez, a lentidão do sistema e o corporativismo legislativo colocam em xeque o senso de justiça e responsabilidade com o dinheiro público.
