O deputado federal Otto Alencar Filho (PSD-BA) abriu o jogo e deixou claro: o PSD está fechado com a reeleição de Jerônimo Rodrigues (PT) em 2026. Em entrevista à rádio Mix FM, o parlamentar afirmou que a legenda foi o único partido de perfil conservador — à direita e centro-direita — que não abandonou o barco petista na Bahia.
“O PSD tem credibilidade. Foi o único partido de direita e centro-direita que apoiou Rui e Jerônimo na eleição passada. Todos os outros se afastaram”, disse.
Otto Filho reforçou que dentro do partido há consenso absoluto: senadores, prefeitos e vereadores caminharão juntos pela continuidade do atual governador. A narrativa é de unidade, mas o subtexto é claro: o PSD aposta na estabilidade e na manutenção de alianças institucionais como moeda de troca para ampliar seu espaço político.
O deputado ainda destacou a “sintonia” entre governo estadual, federal e municípios, apontando que essa parceria tem garantido R$ 200 milhões de investimentos por município em diversas áreas. O recado é pragmático: apoio político se converte em recursos, e recursos viram discurso de desenvolvimento local.
O movimento do PSD expõe uma estratégia calculada. Mesmo com perfil conservador, a sigla prefere continuar no guarda-chuva petista, colhendo os frutos da máquina estadual, a arriscar independência num cenário fragmentado. A aposta é clara: fidelidade a Jerônimo em troca de sobrevida e cargos em 2026.
Na prática, Otto Filho tenta vender essa aliança como sinônimo de “credibilidade”. Mas a pergunta que fica é: para o eleitor que sofre com a violência, o desemprego e os serviços públicos precários, essa credibilidade ainda faz sentido?





