O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal, anunciou sua aposentadoria antecipada, abrindo um novo capítulo na relação entre o governo Lula e o Judiciário. A decisão, inesperada no tempo, mas há muito sinalizada nos bastidores, antecipa em quase uma década a saída que só ocorreria em 2033.
Com a aposentadoria, o Palácio do Planalto ganha uma nova oportunidade de indicar um nome para a mais alta Corte do país — e as movimentações começaram imediatamente. O cenário é de intensa articulação política, onde o equilíbrio entre técnica, lealdade e influência pesa mais do que nunca.
O favorito nos bastidores é o advogado-geral da União, Jorge Messias, figura de confiança pessoal de Lula e com perfil técnico afinado com o governo. Aos 45 anos, Messias poderia permanecer por até três décadas no STF, o que garantiria ao Planalto uma influência duradoura sobre o tribunal.
Outros nomes também circulam entre as apostas. O senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) é considerado um nome de consenso entre o Legislativo e o Judiciário, mas ainda há dúvidas se o mineiro deixaria de lado o projeto de disputar o governo estadual em 2026.
O ministro do TCU, Bruno Dantas, é visto como opção viável por sua proximidade com o Planalto e trânsito político. Já Vinícius Carvalho, da Controladoria-Geral da União, é lembrado pelo discurso de integridade e transparência, o que agradaria setores moderados.
A saída de Barroso — jurista de perfil progressista e protagonista de decisões polêmicas — encerra um ciclo de 12 anos marcados por protagonismo, confrontos e uma relação cada vez mais visível entre o Supremo e o jogo político.
Mais do que uma mudança de cadeira, a aposentadoria antecipada marca o início de uma nova disputa pelo poder institucional no Brasil — onde o próximo ministro poderá definir, por décadas, o rumo das decisões mais sensíveis da República.





