Moradores de Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador, enfrentam um velho e revoltante problema com cara de escândalo cotidiano: a ausência d’água onde se precisa e o desperdício onde se deveria cuidar. Em diversos bairros da cidade, o cenário se repete — torneiras secas, baldes nas calçadas e litros de água potável escorrendo pelas ruas, sem que a Embasa dê uma resposta à altura do drama.
No bairro Cristo Rei, o caso é ainda mais grave: famílias estão há quatro dias sem abastecimento regular e vivem à base de carros-pipa, água mineral ou solidariedade entre vizinhos. “A gente paga a conta, mas não tem água. Enquanto isso, a gente vê litros e mais litros escorrendo nas ruas, jogados fora. É revoltante”, relatou uma moradora indignada.
Não é um caso isolado. Em outros pontos da cidade, ruas alagadas por vazamentos, registros quebrados e tubulações estouradas são mais comuns do que explicações oficiais. A população denuncia o descaso, enquanto a Embasa finge normalidade. Nas redes sociais, pipocam vídeos e relatos. Na prática, nada muda.
“Falta água onde precisa, sobra onde não devia. É um completo desrespeito com o cidadão. Não existe fiscalização, não existe manutenção. É um caos instalado”, disparou um líder comunitário local.
Procurada, a Embasa respondeu que o abastecimento ocorre “de forma regular” e que situações pontuais dependem da “informação da matrícula da conta de água”. Uma nota que repete o de sempre: a formalidade burocrática que não enche tanque, nem mata sede.
Enquanto isso, a cidade segue dividida entre baldes vazios e ruas alagadas. No meio desse desequilíbrio, está o povo — pagando por um serviço que parece ter secado na responsabilidade e transbordado no abandono.
