Depois de quase duas semanas com serviços municipais comprometidos, o Sindicato dos Servidores da Prefeitura de Salvador (Sindseps) decidiu suspender a greve iniciada no fim de maio. A pausa no movimento, porém, não é sinal de paz. É estratégia.
A suspensão abre espaço para novas negociações com a Prefeitura, mas a desconfiança da categoria permanece. O histórico de promessas não cumpridas e a falta de documentação oficial por parte da gestão Bruno Reis deixam os servidores em estado de alerta.
A paralisação foi considerada ilegal pelo Tribunal de Justiça da Bahia, que determinou multa diária de R$10 mil. Mesmo assim, a pressão do movimento surtiu efeito: o debate sobre a Campanha Salarial 2025 voltou à pauta e a mobilização ganhou força política.
Entre as reivindicações estão reajuste digno (acima dos 4,83% concedidos), aumento real do auxílio-alimentação (entre 50% e 70%) e melhorias no plano de saúde. Bruno Reis afirma que o reajuste atual já é o maior entre as capitais, mas evita assumir novos compromissos com clareza.
O coordenador do Sindseps, Everaldo Braga, foi direto: “Esperamos que o prefeito cumpra sua palavra”. Os servidores querem mais do que discursos. Querem ações. E estão de olho.
Enquanto isso, unidades de saúde seguem com falhas, os CRAS permanecem sobrecarregados, e o funcionalismo municipal cobra respeito.