A Bahia Mineração (Bamin) anunciou, nesta terça-feira (1º), a rescisão do contrato com a Prumo Engenharia, responsável pela construção do Trecho 1F da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL 1), localizado em Uruçuca, no sul da Bahia. Essa decisão resultou na demissão de aproximadamente 300 trabalhadores que ainda atuavam no canteiro de obras.
O Trecho 1F, com 127 quilômetros de extensão, conecta os municípios de Ilhéus, Uruçuca, Ubaitaba, Gongogi, Itagibá, Aurelino Leal e Aiquara. Este segmento integra o projeto maior da FIOL 1, que, ao ser concluído, terá 537 quilômetros, ligando Caetité ao Porto Sul, em Ilhéus. A ferrovia é considerada estratégica para o escoamento da produção da Mina Pedra de Ferro, também operada pela Bamin.
Em comunicado, a Bamin informou que o contrato de obras da FIOL I, no trecho entre Uruçuca e Ilhéus, foi desmobilizado a partir de 31 de março de 2025, concluindo a fase inicial da construção iniciada em 2023. Até o momento, a Eurasian Resources Group (ERG), controladora da Bamin, investiu R$ 784 milhões na ferrovia desde o início da concessão em 2021. A empresa afirmou que, mesmo com a finalização deste contrato, os serviços de manutenção serão mantidos e todas as obrigações socioambientais relacionadas ao Projeto Integrado Pedra de Ferro continuarão a ser executadas. A ERG permanece em busca de investidores que possam apoiar a implantação do projeto.
A suspensão das obras e as demissões afetam diretamente a economia dos municípios da região, especialmente Uruçuca, onde o projeto era uma das principais fontes de renda. Além disso, o Porto Sul — terminal essencial para a operação da ferrovia — também está com as obras paralisadas, ampliando a incerteza sobre o futuro do complexo logístico da Bamin.
O governo federal tem pressionado a Vale a assumir parte do empreendimento, utilizando como contrapartida a renovação de concessões ferroviárias da mineradora. A proposta em análise prevê que a Vale assuma o controle majoritário da Bamin, enquanto o BNDES e outros investidores privados teriam participação minoritária.
Audiências públicas têm sido realizadas na Bahia para discutir os impactos da paralisação, mas até agora não há soluções concretas para a retomada das obras.