Em ritmo cada vez mais de pré-campanha, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), resolveu vestir o figurino de presidenciável e apresentar sua visão de país. Numa fala direcionada a empresários em São Paulo, o recado foi claro: um Estado enxuto, com menos ministérios e mais eficiência.
Tarcísio reviveu o espírito desenvolvimentista de Juscelino Kubitschek ao propor o lema “40 anos em quatro”, numa alusão ao histórico “50 anos em cinco” que marcou a era JK. Segundo ele, o Brasil segue travado em debates repetidos há décadas e precisa de coragem para acelerar reformas e romper a paralisia.
Estado gordo, sociedade sufocada
Um dos pontos mais diretos foi a comparação com a Argentina: enquanto lá o presidente Javier Milei toca o país com apenas nove ministérios, o Brasil convive com a estrutura pesada e cara de 39 pastas no governo Lula. Para Tarcísio, a conta não fecha: quanto mais inchada a máquina, menos sobra para o cidadão que paga impostos.
Ele também defendeu desindexar a economia, revisar benefícios tributários e manter conquistas recentes como a autonomia do Banco Central e as reformas trabalhista, previdenciária e tributária. Tudo isso exigiria, segundo ele, harmonia entre Executivo e Congresso, sem barganhas nem retrocessos.
Sinais de 2026
Apesar de evitar a palavra “candidato”, Tarcísio ensaia cada vez mais o papel de alternativa nacional. No evento, foi tratado como liderança incontornável da direita. O prefeito Ricardo Nunes (MDB) o chamou de “referência política”, e o senador Ciro Nogueira (PP) disse enxergar nele “coragem e esperança”.
Se o slogan é herança de JK, a disputa que se anuncia é bem atual: enquanto o governo Lula multiplica ministérios e repete promessas, Tarcísio aposta na fórmula de enxugar a máquina e acelerar resultados.
No tabuleiro de 2026, o jogo começa a ganhar contornos mais nítidos — e Tarcísio já se coloca como um nome disposto a transformar a insatisfação da população em projeto de poder.