O vereador Cláudio Tinoco (União Brasil) voltou a bater pesado no projeto do VLT do Subúrbio, obra iniciada pelo ex-governador Rui Costa (PT) e mantida na gestão de Jerônimo Rodrigues (PT). Em entrevista, ele classificou como “crime” a decisão de substituir o antigo modal ferroviário por um monotrilho, lembrando que até o Ministério Público de Contas já apontou 14 irregularidades no processo.
Para Tinoco, o resultado é desastroso: trilhos arrancados, trens jogados na sucata e uma população inteira abandonada, sem transporte de massa há mais de cinco anos e meio. O impacto no bolso é evidente: a tarifa que custava R$ 0,50 entre Paripe e Calçada agora pode chegar a R$ 5,20 ou R$ 5,40, praticamente um salto de dez vezes mais.
O vereador cobra que Rui Costa, ex-secretários e o consórcio chinês sejam responsabilizados pelos prejuízos. Ele defende que Tribunal de Contas dos Municípios, Ministério Público de Contas e Justiça atuem de forma firme para que ninguém escape ileso de um projeto que já consumiu bilhões e deixou a população sem alternativa.
E as dúvidas não param. Embora o novo VLT esteja em andamento, com trilhos sendo instalados e trens adquiridos, o modelo nasce sob desconfiança. Os vagões comprados já têm 15 anos de uso, restando metade da vida útil — o que encurta o tempo de amortização e pode tornar a tarifa ainda mais cara. Além disso, segue sem resposta a pergunta central: quem vai operar o sistema? A CCR ou outra empresa?
No fim das contas, o VLT virou um retrato da política baiana: promessa de modernidade que se transformou em sucata, tarifa inflada e um futuro incerto. O que deveria ser símbolo de progresso é hoje lembrado como o maior fracasso de mobilidade urbana já visto em Salvador e Região Metropolitana.
