O Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) notificou o governador Jerônimo Rodrigues (PT) para que se manifeste sobre uma ação popular movida pelo deputado estadual Leandro de Jesus (PL). A ação questiona a legalidade da enxurrada de pedidos de empréstimos que o Executivo vem enviando à Assembleia Legislativa.
Nesta semana, Jerônimo pediu autorização para contratar um novo crédito de 122,5 bilhões de ienes (cerca de R$ 4,5 bilhões). O governo alega que a operação busca “melhorar o perfil de endividamento do Estado” e pediu tramitação em regime de urgência.
O problema é que esse não é um caso isolado. Desde que assumiu o cargo, em 2023, o governador já apresentou 19 pedidos de empréstimos, que somam mais de R$ 23 bilhões. Um volume que levanta dúvidas sobre a real capacidade de pagamento do Estado e sobre o impacto dessa dívida no futuro da Bahia.
Na prática, a notificação do TJ expõe um ponto central: o governo insiste em governar a Bahia a crédito, empurrando para frente uma conta que quem paga é o povo. Enquanto isso, serviços básicos como saúde, segurança e educação seguem sucateados.
A pergunta que fica é inevitável: será que a Bahia precisa mesmo de tantos empréstimos ou estamos apenas comprando tempo com dinheiro que ainda nem temos? O risco é claro — transformar o futuro do Estado numa dívida impagável, enquanto o presente já sofre com a falta de investimentos reais.