A convivência forçada entre União Brasil e o governo Lula chegou ao fim. A cúpula do partido decidiu oficialmente que vai desembarcar da base do presidente em setembro e entregar dois dos três ministérios que comanda atualmente. E deixou claro: quem quiser continuar no governo, que tire a camisa do partido antes.
A medida vem após duras críticas públicas do presidente da sigla, Antonio Rueda, à gestão petista. Segundo ele, não há mais como sustentar uma aliança que vai contra os princípios do partido — ainda que, até aqui, muitos quadros tenham permanecido no poder sem grandes incômodos.
Hoje, o União Brasil controla os ministérios do Turismo, Comunicações e Integração Nacional. Desses, apenas o ministro do Turismo, Celso Sabino, é filiado ao partido. E agora está na berlinda. Se quiser continuar no cargo, terá que assumir que está lá por cota pessoal de Lula. Caso contrário, será expulso da legenda.
Na prática, o recado é claro: União Brasil não quer mais se misturar com o desgaste do governo petista. A legenda, que já vinha rachada internamente, tenta agora preservar sua imagem e se reposicionar politicamente de olho nas eleições de 2026.
Enquanto isso, o governo Lula perde mais um apoio no Congresso — e mais um pedaço da já frágil base aliada. Em Brasília, a dança das cadeiras começou. E quem ficar no baile com o presidente pode não encontrar o mesmo aplauso popular que esperava.