O Brasil paga a conta — mas quem viaja?

Um dado que deveria provocar indignação passa quase despercebido no meio da avalanche de notícias diárias: os gastos do governo federal com viagens de pessoas sem cargo público cresceram 213% nos dois primeiros anos da gestão Lula.

De acordo com o Painel de Viagens do Ministério da Gestão, esses deslocamentos consumiram R$ 392,6 milhões entre 2023 e 2024, já corrigidos pela inflação. Só em passagens aéreas, foram R$ 200,9 milhões — um salto de 267% em relação ao último biênio de Bolsonaro, quando o gasto foi de R$ 54,6 milhões.

Ou seja: enquanto a população sofre com filas no SUS, violência recorde e a carestia corroendo o bolso do trabalhador, Brasília turbina a conta de viagens de gente que sequer tem cargo formal no Executivo.

A justificativa oficial? Não existe. Quem são essas pessoas? Para onde viajam? Qual a relevância dessas agendas para o interesse público? O governo prefere o silêncio, deixando no ar a sensação de que estamos financiando um turismo político milionário.

Se o Brasil precisa cortar gastos, por que esse tipo de despesa explode sem controle? E, mais grave: até quando a transparência será tratada como um detalhe e não como um dever?

No fim, a fatura dessas viagens cai, como sempre, no colo de quem não viaja: o povo brasileiro.

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